Sacramento
Os Sacramentos da Iniciação Cristã: O Caminho de Entrada na Vida em Cristo
A vida cristã tem seu ponto de partida em uma experiência de encontro com Jesus Cristo. Essa experiência não é apenas pessoal ou subjetiva, mas se manifesta concretamente através da vida comunitária e sacramental da Igreja. Por isso, a Igreja, como Mãe e Mestra, acolhe os novos membros através de um caminho chamado Iniciação Cristã, que é composto por três sacramentos: Batismo, Confirmação (ou Crisma) e Eucaristia.
Esses três sacramentos estão intimamente ligados e formam um único processo espiritual de incorporação ao Corpo de Cristo, que é a Igreja. Eles inserem o fiel na dinâmica da vida nova em Deus, na força do Espírito e na comunhão com os irmãos.
1. Batismo: O Portal da Vida na Graça
O Batismo é o primeiro sacramento, a “porta” da vida cristã. Por ele, somos libertos do pecado original, incorporados a Cristo, nos tornamos filhos adotivos de Deus e membros da Igreja. O termo "batismo" vem do grego baptizein, que significa "mergulhar" ou "lavar". Esse mergulho representa a morte para o pecado e o renascimento para uma nova vida em Cristo.
O Batismo imprime no batizado um selo espiritual indelével, chamado "caráter sacramental", que consagra a pessoa a Deus. Mesmo que alguém se afaste da fé, o Batismo não pode ser repetido, pois é um novo nascimento que acontece uma só vez.
“Em verdade, em verdade te digo: se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.” (Jo 3,5)
A água usada no Batismo simboliza purificação, vida nova e pertença a Cristo. A vela acesa no Círio Pascal lembra que o batizado é iluminado por Cristo para ser luz no mundo.
Catequeticamente, o Batismo nos ensina que não somos cristãos por mérito, mas por graça. É Deus quem nos escolhe, nos chama e nos purifica, como um Pai amoroso que acolhe seus filhos.
2. Confirmação (Crisma): O Dom do Espírito Santo
Depois de iniciada a vida cristã no Batismo, é preciso amadurecer na fé. A Confirmação, também chamada de Crisma, completa a graça batismal, fortalecendo o cristão com os dons do Espírito Santo. A palavra “crisma” vem do óleo perfumado usado na unção, símbolo da força e da consagração divina.
Esse sacramento faz com que o fiel se torne mais plenamente unido à Igreja e preparado para assumir sua missão apostólica, como verdadeiro testemunho de Cristo no mundo. Ele recebe os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (cf. Is 11,2-3).
“Quando impuseram as mãos sobre eles, receberam o Espírito Santo.” (At 8,17)
A imposição das mãos e a unção com o óleo do crisma são os sinais visíveis do Espírito invisível que age interiormente. Como no Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre o cristão para capacitá-lo a viver a fé com coragem e fidelidade.
Na catequese, é importante ressaltar que a Crisma é mais do que uma “despedida” da Igreja, como muitos pensam. Ao contrário: é o sacramento do engajamento, do testemunho público e consciente da fé, da maturidade espiritual. Crismado, o cristão é chamado a ser missionário, fermento no meio da sociedade.
3. Eucaristia: Fonte e Cume da Vida Cristã
A Eucaristia é o sacramento mais alto e central da vida cristã, pois nela recebemos o próprio Jesus Cristo em Corpo e Sangue, Alma e Divindade. É o memorial da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Cada vez que participamos da Santa Missa, entramos no mistério do amor redentor de Cristo.
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (Jo 6,56)
Na Eucaristia, Jesus se faz pão vivo descido do céu, que nos alimenta espiritualmente e nos une como irmãos. É um sacramento de comunhão: com Cristo, com a Igreja e com os pobres. Ele nos ensina a partilha, a gratidão e a oferta de nós mesmos.
A Missa é composta por duas grandes partes: a Liturgia da Palavra, onde ouvimos a voz de Deus nas Escrituras, e a Liturgia Eucarística, onde oferecemos o pão e o vinho que, pela ação do Espírito Santo, se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo.
Para a catequese, é essencial mostrar que a Eucaristia não é apenas um rito, mas um modo de viver: viver como Cristo viveu, dando-se por amor. É também uma missão: ser "Eucaristia viva" no mundo, tornando-se sinal de unidade, caridade e paz.